Pertencer também é direção
Nem todo mundo começa do mesmo lugar
Tem gente que já começa a caminhada com o mapa na mão.
Outros vão tateando no escuro, tentando sentir o caminho pelo chão.
E no meio, a maioria:
gente que sente muito, mas explica pouco.
Que faz o que precisa, mas sonha com o que nem sabe nomear.
Propósito bonito demais pode soar vazio
Porque propósito, sozinho, é bonito no papel.
Mas na prática, é microfone sem caixa de som.
Você fala, mas ninguém ouve.
Você faz, mas ninguém se vê no que você fez.
Não basta entregar. Tem que fazer sentido pra alguém
Pode ter o pitch afiado,
a logo bem desenhada,
a promessa certa na campanha.
Mas se ninguém se reconhece na entrega,
vira produto, não presença.
Presença exige chão
Exige ouvir o sotaque de quem te cerca.
Saber o ritmo da rua.
Entender que nem todo mundo quer escalar,
alguns só querem pertencer sem ter que se encaixar.
Pertencimento é ponto de encontro
É bar no fim do expediente,
mesa esticada no quintal,
mutirão de domingo onde cada um traz o que pode
e ainda assim, sobra.
É onde sua ideia vira abrigo pra quem sempre ficou do lado de fora.
Quando propósito encontra pertencimento
Não nasce apenas um negócio.
Nasce um corpo.
Um corpo vivo, que anda no tempo da comunidade.
Que entende a gíria, o gesto, o silêncio.
Aí sim
Você não está só trabalhando.
Você está convocando.
Conectando.
Cativando.