O Dia em que o Calendário Mente
Tem dias que nascem com data de vencimento.
Outros, com cara de armadilha.
Sábado costuma ser o intervalo.
A dobra entre uma semana e outra.
O dia em que o relógio desacelera e o corpo também.
Mas quando o sábado veste o número 31, ele já não é sábado
é ritual de encerramento.
É o fim do ciclo atravessando um dia que foi feito pra pausa.
E aí o corpo não entende.
Quer parar, mas sente a urgência nas costas.
Quer respirar, mas a cabeça corre atrás do que ficou pendente,
das conversas não respondidas, dos prazos que fingem que não têm data.
Porque o 31 não avisa que vai cair no sábado.
Ele só cai.
E, com ele, cai também a ideia de que todo mês termina do mesmo jeito.
Não é o dia da semana que dita o ritmo.
É o papel que aquele dia passou a ocupar no fluxo do que está em curso.
E quando você entende isso, para de se mover por calendário
e começa a se mover por intenção.
Há sábados que pedem foco.
E segundas que podem ser descanso.
Porque o tempo, no fim das contas, não é fixo
ele é estratégico.
Trabalhar não é ocupar horário.
É se alinhar com o momento certo de agir.
Não é sobre virar o fim de semana num escritório,
mas sobre perceber que, às vezes, o sábado é uma sexta disfarçada.
E o que você faz com ele pode salvar sua segunda.
Enquanto alguns se perdem tentando equilibrar rotina e obrigação,
quem entende o jogo começa a desenhar seus próprios contornos.
Não pra trabalhar mais.
Mas pra saber quando parar e quando acelerar.
Quando encerrar um ciclo, mesmo que o mundo diga que ainda falta um dia.
E quando esperar, mesmo que o mundo grite que o prazo é agora.
Quando o 31 cair num sábado, veja além do número.
Veja o que ele está fechando.
E o que ele está abrindo.
Porque o tempo não é o que está no calendário.
É o que você constrói com ele.